domingo, 28 de junho de 2009

Por que sou contra cotas para negros em universidades?

Hoje de manhã, ao acordar, fui dar uma olhadinha nos blogs que sempre acompanho. Ao entrar em um blog de um amigo meu www.meiodonada.blogspot.com, percebi que ele havia postado sua opinião, a favor, das cotas para negros em universidades.

Ele trouxe ao seu blog uma discussão, no bom sentido, que tivemos em uma reunião entre amigos em sua casa. Falou com muita propriedade sobre como ele mudou de opinião em relação a essas cotas.

Com certeza eu acho sim que as cotas estão proporcionando uma maior inclusão de pessoas de cor negra nas universidades e como não podia ser diferente, graduando profissionais de mesmo nível intelectual, seja ele branco, amarelo, preto, vermelho...

Na minha opinião o grande problema desse sistema de cotas é: Quais pessoas negras estão se beneficiando das cotas. O fato é que não acho justo uma pessoa receber o mesmo preparo que outra para se submeter a uma seleção, e a primeira levar vantagem pelo fato de ser negra.

O que estou falando é que negros de classe média e/ou classe média alta, que recebem uma boa educação, que desfrutam de uma boa alimentação, que não precisam trabalhar para se sustentarem ou ajudar no orçamento de casa e que estudam em escolas particulares, estão se beneficiando das cotas para ingressarem na universidade pública.

Infelizmente, hoje no Brasil, o ensino das escolas particulares é de melhor qualidade do que o ensino das escolas públicas. É claro que existem excessões como por exemplo "os CEFETs" que em sua maioria dispõem de professores e ensino de altíssima qualidade.

O que deveriam existir e o que me parece que estão para ser aprovadas, são as cotas para escolas públicas, onde aí sim, os negros que realmente necessitam estariam se beneficiando do sistema de cotas brasileiro. As escolas públicas possuem uma porcentagem bem maior de negros em relação a brancos e são esses negros que precisam ser beneficiados. Não os que são de famílias com condições de pagarem uma escola particular.

Isso não resolveria o problema por completo pois como já citei existem escolas públicas com ensino de qualidade, mas estas são excessão atualmente. Resolveria em grande parte também outro problema das cotas para negros, o problema de saber quem realmente é negro no nosso país. Em um país com tanta miscigenação como o nosso, ninguém pode dizer que é de raça branca ou negra com precisão.

Então, as cotas para escolas públicas resolveriam grande parte dos problems supracitados, pois estariam diferenciando um melhor ensino de um ensino de menos qualidade, e não diferenciando a capacidade intelectual do ser humano pela cor de sua pele.

3 comentários:

Clique Aqui disse...

Neto, obrigado por acompanhar meu blog. Estou feliz em suscitar uma discussão tão sadia através de textos. Mais uma vez você escreveu com sabedoria. Talvez não tenha percebido, mas pensamos coisas em comum. Veja este parágrafo do meu texto:

(...)É claro que uma lei de cotas deve ser mais abrangente que só o simples fenótipo. Outros fatores também precisam ser considerados para que ninguém diga que "aquele nego rico entrou no meu lugar".

A lei de cotas tem que ser bem redigida, para não promover injustiças. Já existe cotas para alunos de escolas públicas. Salvo engano, a UFPB é uma das universidades públicas que aplicam este tipo de cota.

Fico feliz em ver que você não tem medo de cotas e acredita que elas também são importantes no contexto contemporâneo brasileiro. Um grande abraço! (PS: Não perca o debate de hoje na Rádio Pib Jovem!)

Túlio Barros disse...

De fato, também acredito que a melhor forma de trazer justiça social seria fazer cotas para quem estudou integralmente na rede pública de ensino. Independente da cor.

FelipeFuher disse...

Eu acho legal comentar esse assunto com td mundo, pois cada ser humano seja branco ou negro tem o mesmo direito de vida na sociedade. E as cotas tem seu bom e mal lado. mas os negros estão ai pra mostrar que tudo que eles podem fazer todos tbm podem.. Esse tema é legal pois vou apresentar ele amanha em minha feira da cultura. abraços